Será realmente que a amizade perdeu seu valor?

Amizade: Sentimento de simpatia recíproca entre duas ou várias pessoas independente de um vínculo sexual ou de parentesco.
Uma espécie de semelhança entre pessoas, um ser que defenderei com todas as minhas forças, é uma disposição permanente que decorre de uma escolha livre e recíproca.
Fruto do hábito e da vontade, a amizade, segundo Aristóteles é uma disposição permanente que decorre de uma escolha livre e recíproca. Além disso, o outro é amado por ele próprio e não por um cálculo mais ou menos egoísta: Aristóteles desqualifica as amizades estabelecidas com base na utilidade ou simples prazer. Na verdadeira amizade, diz ele, dou-me ao meu amigo mais do que dele quero para mim. Sob esta forma, a amizade é considerada desde a Antiguidade como a própria expressão da felicidade.

Mas infelizmente, nos dias de hoje não é bem assim. Nesse meio social em que vivemos grande parte das relações humanas são regidas por interesses, na maioria delas, econômica, já outras são de caráter estritamente pessoal, tais como a vaidade e a intenção de aparecer, e existem também outros tantos.

Sabe aquele tipo de fase em que vários amigos que sempre consideramos dos ‘bons amigos’, dos ‘melhores’, mudam de vida? Até aí tudo bem, todos mudam de vida, mas nesse caso ocorre algo estranho nessa mudança de vida, pois os ‘amigos’, sem mais nem menos, deixam de ser seus amigos, deixam de procurá-lo, de buscar meios de convivência, e enfim, de fazer contatos.
Uma das transformações mais interessantes dos últimos anos, nesse advento de ’sociedades de controle’, ocorre numa esfera muitas vezes esquecida, mas sempre presente: a esfera da amizade.

Aonde chegaremos se não acordarmos a tempo de perceber que a amizade é uma virtude extremamente necessária à vida? Será realmente que a amizade perdeu seu valor?


Conta uma lenda árabe que dois amigos viajavam freqüentemente pelo deserto certa vez discutiram, brigaram e um esbofeteou o outro. O que apanhou sem nada dizer escreveu na areia "Hoje, meu melhor amigo me bateu no rosto". Mais tarde fizeram as pazes e seguiram viagem. Chegaram num oásis resolveram tomar banho. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se, sendo salvo por seu amigo. Quando se recuperou escreveu numa pedra "Hoje meu melhor amigo salvou minha vida". Intrigado, o outro perguntou:“- diga-me; por que depois que bati em você escreveu na areia, agora que te salvei a vida escreveu na pedra?” Sorrindo, o outro respondeu:“- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Mas quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração, onde nenhum vento do mundo poderá apagar!”

Então meus caros leitores, ame seus amigos sem vergonha. Ame-os do jeito que foi e do jeito que é. Ame-os inesquecivelmente, verdadeiramente e intensamente.
Ame-os nos momentos felizes e nos momentos amargos. Ame-os solteiros ou casados. Ame-os! E, nos momentos tristes, chore com eles e por eles e, nos momentos alegres, não contenha as gargalhadas. Ame-os independente da distância, do constantemente ou do raramente. Ame-os sempre como uma família que a vida lhe permitiu escolher. Ame-os sem pena de gastar amor e sem medo de recebê-lo. Ame-os e não deixe que “os velhos tempos” se tornem tão velhos a ponto de não mais revivê-los. Ame-os com vontade, com serenidade e acreditando no amor que existe entre verdadeiros amigos. E jamais esqueça que as verdadeiras amizades são capazes de suportar o peso do mundo. Mas ame-os com o coração e com as boas lembranças. Ame-os no orgulho ou num pedido de desculpas. Ame nos seus apelidos ou nos seus verdadeiros nomes. Ame-os nas suas vitórias e nas suas derrotas. Ame-os na vida ou na morte. Mas ame-os para sempre!

Créditos a @thaystorress que deu a idéia do tema ;)