quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Tempo de Deus


“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”. (Eclesiastes 3:1).

Em alguns momentos, temos a impressão de que Deus está muito distante como se estivesse indiferente ás nossas necessidades, sem pressa alguma em nos atender. Surge, a partir daí, um conflito, entre a nossa pressa e a aparente demora de Deus.

O resultado, não raro, é a sensação de abandono, agonia e impotência. Estamos acostumados a resolver nossos problemas, fazer as coisas por conta própria, lutar para conquistar as vitórias na vida. A luta pela subsistência consome um grande tempo da nossa vida.

O empenho para satisfazer as necessidades emotivas também gasta nosso tempo e nossa força. A batalha é diária para vencer, conquistar, empreender. Os espaços conquistados na sociedade precisam ser mantidos e usamos da nossa defesa para que ninguém toque neles. O ciúme vem deste sentimento de defesa, de não querer perder aquilo que com muito esforço foi conquistado. Porém, a vida com Deus não é assim!

Deus não tem pressa. O agir de Deus como Senhor do tempo, da vida e da história é na exata medida de sua vontade soberana. Ele é perfeito em tudo que faz. A pressa é própria do homem. Nossas neuroses não combinam com a paciência de Deus, sendo sempre bom lembrar que a nossa urgência não altera a ordem natural das coisas.

O fluxo da vida é como o leito de um rio, que corre sozinho, seguindo seu curso natural, sem pressa, de modo que ninguém precise interferir. A aparente demora de Deus deve ser entendida por nós como um tempo pedagógico.

Enquanto esperamos, Ele nos está ensinando algo. Muitas vezes, é na expectativa da espera que encontramos tempo para um mergulho em nossa interioridade, para mudarmos nossas percepções, refletirmos sobre nossos valores, sentimentos e prioridades.

Esperar origina uma forma de aprender. Quando esperamos por Deus, estamos aprendendo com Ele. No intervalo de tempo entre a espera e a resposta; é que na vida nada melhor que um dia após o outro. O tempo sempre nos traz à luz àquilo que não conseguimos enxergar de imediato, porque a pressa encobre nossa visão.

Consequentemente, a paciência produz a experiência, e a experiência nos conduz á esperança (Rm 5:4). Quem quiser colher frutos no futuro, precisa aprender a plantar esperança e paciência. Logo, por que apressar o rio se ele corre sozinho e naturalmente?

A cultura do imediato, das respostas prontas, da comida rápida e das demais neuroses que a sociedade moderna nos impõe, acaba roubando nossa paciência, uma das virtudes mais indispensáveis para quem quer viver uma vida melhor, e colher os frutos de um amanhã promissor.

A vida se desenvolve numa contínua construção, sempre inacabada, que exige repensar valores, vivenciar novos sentimentos, aprender novas lições, conquistar novos espaços e vislumbrar novos horizontes. A vida é um aprendizado forjado nas lições do cotidiano.

Deixemos, pois, que cada dia dê conta de si mesmo, e que despeje suas águas turvas, cheias de mazelas e tensões, sempre ao seu final. Tenhamos em mente que Deus está no controle de tudo inclusive do tempo. Porque, então apressar o rio? Siga o conselho de Jesus, o Mestre da vida: "Não andeis ansiosos pelo amanhã; basta a cada dia o seu próprio mal" (Mateus 6:25). Deus não tem pressa!

Mas como conhecer o tempo de Deus para nossa vida? O que Deus quer nos ensinar com o tempo de espera, para que algo que estejamos buscando venha a se realizar?


Toda promessa de Deus para a vida do homem passa pelo teste do tempo (Hb 2.3). Não porque Deus se esqueceu dela, de nós, ou porque o tempo é um empecilho para Deus agir, mas é simplesmente porque Deus usa o tempo como um instrumento de aperfeiçoamento, de cura, de perseverança em nossa vida.

O grande problema é quando tentamos ajudar Deus a cumprir a promessa. Abraão recebeu a promessa de Deus e teve que esperar pelo seu cumprimento durante quatorze anos. Mesmo assim, Abraão não olhou para o tempo que decorria nem duvidou por incredulidade da promessa, mas, pela fé, se fortalecia dando glória a Deus, apesar de todas as circunstâncias naturais dizerem o contrário. Temos de entender, que Deus não precisa da nossa ajuda. Ele quer ver somente a nossa fé! Existe um terrível inimigo que nos impede de receber as bênçãos. Ele se chama ansiedade, isto é, estado emocional em que há sentimento de insegurança. A pessoa ansiosa não consegue ver o que e como Deus está trabalhando em sua vida.

Peçamos a Deus que nos ensine a lidar com o tempo. Para nós é tempo; para Deus é tratamento, é disciplina.

Que possamos aprender a não tomar decisões fora da vontade de Deus, mas aprender a esperar Nele todas as coisas!


Tema sugerido por: Diego Grisi


Fonte:
http://www.santovivo.net/gpage299.aspx

:*

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